Certo, eu vou começar dizendo que essa história acontece com a
minha mãe. Pode não ser a mais assustadora de todas as histórias, mas é uma
verdadeira. Eu tinha somente oito anos de idade e estava dormindo quando
aconteceu, então eu tenho somente a palavra da minha mãe.
Era a primavera de 84 e já era depois da meia noite. Todo mundo estava dormindo,
menos a minha mãe. Todo mundo era a minha irmã mais velha, irmão mais novo e eu.
Meu pai estava fora por causa do trabalho. Bem, depois de ver televisão até
tarde, a minha mãe decidiu ir dormir. A casa tinha quatro quartos, todos os
quatro ligados por um corredor. O quarto do meu irmãozinho era o ultimo do
corredor, enquanto o da minha mãe era o primeiro. Ela estava sozinha tentando
dormir quando ouviu o som familiar de brinquedos. Era alto e estava vindo do
quarto do meu irmãozinho. Ela não ligou no começo, achando que era ele brincando
com alguns carrinhos ou algum outro brinquedo. Depois de algum tempo não
conseguindo dormir ela gritou "Gustavo, vai dormir!". O barulho parou por alguns
segundos, então começou de novo. Uns três minutos passaram e o barulho dos
brinquedos continuava. A minha mãe, que estava bem irritada agora, decidiu
levantar e colocar o Gustavo na cama. A luz do corredor estava acesa, enquanto a
luz do quarto dele estava apagada. Ela caminhou até o quaro com os brinquedos
ainda fazendo barulho. A cerca de dois passo do quarto, o barulho parou. Quando
ela entrou no quarto, ela viu que os brinquedos estavam todos arrumados nos seus
devidos lugares, nem um carrinho fora do lugar, e nem sinal do meu irmão. Parece
que ele tinha ido pro quarto da nossa irmã mais velha mais cedo naquela noite, e
nós três já estávamos dormindo fazia tempo quando a nossa mãe ouviu os barulhos
dos brinquedos. Ela ficou parada na porta e os pelos do corpo inteiro dela
arrepiaram. Ela não se assusta facilmente, mas virou e saiu correndo para o
quarto dela, trancou a porta (olha só que mãe exemplar, deixou a gente lá fora
com o que quer que fosse aquilo, até hoje ela se desculpa por ter feito isso) e
ligou para o meu pai para falar o que tinha acontecido, não que ela sabia o que
tinha acontecido. Mas ela não conseguiu falar com ele. Ele tinha pegado um vôo
de última hora pra ir para São Paulo, que a avó dele, minha bisavó, tinha
falecido mais cedo naquela noite. Coincidência? Eu acho que não... Mas
certamente me assustou!
Karla - Rio de Janeiro - RJ